Belo Horizonte

“Quem pensaria – já não direi ‘diria’ – que o velho, pobre, humilde e decadente Curral del-Rei havia de, em tão rápido vôo, elevar-se à altura em que hoje o vemos, e ainda, de mais a mais, tendo diante de si um futuro tão risonho e brilhante!

Belo Horizonte, na rapidez de sua construção, pode disputar a palma de S. Petesburgo, a Pompéia, a La Plata – e, quem sabe se podê-lo-a também, mais tarde, quanto à sua beleza artística e à elegância arquitetônica de seus principais edifícios?! O futuro no-lo dirá.”

Francisco Dias Martins, 1897

História de Belo Horizonte

A Cidade de Minas, futura Belo Horizonte, nasceu nos primeiros anos do regime republicano, quando setores da elite agro-exportadora assumiram o poder político. Em Minas, grupos emergentes ligados à cafeicultura da Zona da Mata e Sul de Minas, assumiram a bandeira da mudança da capital, contra os interesses consolidados na região mineradora, em processo de estagnação e decadência econômica.

Belo Horizonte, cidade planejada e construída pelas elites do Estado para ser a capital política e administrativa, foi concebida sob a égide da ideologia republicana. Seu planejamento, fortemente influenciado pelas idéias positivistas, dentro do paradigma de modernidade da época, buscava controlar, através da concepção urbanística, as instâncias política e privada da população.

Logo após a instalação e a mudança para a nova capital, começaram a surgir as primeiras indústrias, mas logo veio o problema energético e a Primeira Guerra Mundial, causando crise e recessão. Mas a partir da década de 20 a cidade experimentou grande crescimento e progresso.

Entretanto, a zona industrial no bairro do Barro Preto, dentro da área urbana da cidade, não comportava a instalação de indústrias pesadas, devido às limitações de espaço e a proximidade com o centro. A instalação da Companhia Siderúrgica Nacional, em Volta Redonda (RJ), foi uma grande frustração para os mineiros, cada vez mais conscientes da necessidade de garantir para Minas Gerais os benefícios da indústria extrativa, para qual o estado foi historicamente vocacionado.

Novamente o governo do estado atuou, objetivando impulsionar o desenvolvimento e consolidar Belo Horizonte como o principal pólo do estado, assinando o Decreto n° 770, de 20 de Março de 1941, que criou a Cidade Industrial, no município de Ferrugem, município de Contagem. Embora tenha demorado a se consolidar, a Cidade Industrial representou um marco fundamental do processo de industrialização de Belo Horizonte e, Contagem fica localizada na área metropolitana da capital.

Posteriormente veio o governo de Juscelino Kubitscheck, que em 1952 criou a CEMIG. O governo de Getúlio Vargas também teve importância para os belo-horizontinos ao lançar a pedra fundamental da Companhia Siderúrgica Mannesman, no bairro chamado “Barro Preto”, que começaria a produzir tubos sem costura em 1956. A década de 50 é até hoje considerada a década de ouro para a industrialização da capital e do estado. Nos anos seguintes, o capital estrangeiro investiu em peso no estado, fechando muitas indústrias e empresas comerciais de pequeno e médio porte, mas gerando recursos e empregos fundamentais ao crescimento sustentado da cidade.

Uma nova transformação ocorre nos anos 70, com a chegada de grandes empresas multinacionais de bens de capital e com a instalação da fábrica italiana de automóveis FIAT, no município de Betim, na “Grande Belo Horizonte”  – a primeira montadora a se implantar no país, fora do eixo Rio-São Paulo.

As décadas de 80 e 90 foram marcadas por longos períodos de estagnação econômica e recessão, a população passa a exigir cada vez mais uma maior qualidade de vida e projetos que não destruam o meio-ambiente. É neste contexto, que a centenária Belo Horizonte passa a se constituir hoje, num dos mais importantes pólos industriais do país, com empresas de ponta nas áreas de confecção, calçados, informática, alimentação, aparelhos elétricos e eletrônicos, perfumaria e do turismo, com empresas de renome nacional, estruturas produtivas leves, ampla terceirização de atividades e grandes investimentos em marketing e publicidade.

A vida noturna da cidade é de alta qualidade, dispondo de modernos sistemas de iluminação pública, telefonia e telecomunicações, se transformando no terceiro mais importante centro urbano do país, após São Paulo e Rio de Janeiro, apesar de possuir somente pouco mais de 100 anos de sua fundação.

A Modernidade Transformadora de um Belo Horizonte

Marcado por transformações profundas e aceleradas, o período que compreende o último quartel do século XIX, até aproximadamente a década de 1920, pode ser considerado como o momento fundador de uma nova sociedade capitalista, urbana e industrial no Brasil. Em 1888 foi abolida a escravidão e em 1889 foi proclamada a República, instaurando-se assim um novo contexto econômico e político.

Passou-se, então, a cogitar a criação de uma nova capital mineira, símbolo do novo arranjo político e das novas forças econômicas. Do ponto de vista do discurso das elites, houve uma justaposição entre o antigo e o moderno, através da apropriação do passado colonial, transformando em berço da nação republicana, santuário da Inconfidência Mineira, e da construção de perspectiva de futuro, a Nova Capital, convertida em síntese do Estado-Nação. No entanto, o plano urbanístico da sede administrativa não poderia trazer os sinais do velho, como o arruamento irregular e as condições de saneamento das cidades coloniais, devendo incorporar os mais modernos preceitos sanitários e higiênicos, saberes jurídicos e médicos na construção de um novo horizonte.

Fonte: “Saneamento básico em Belo Horizonte: Trajetória em 100 anos” Fundação João Pinheiro

 

Visita ao Museu Histórico Abílio Barreto

No dia 14/09, como ação do “Projeto de professores”, vinculado ao Instituto Unibanco, Visitamos o MHAB em Belo Horizonte.

A intenção era criar uma nova proposta de trabalho do ensino de História e Geografia, utilizando mapas históricos e atuais; fotos históricas e atuais, através do uso da fotografia, edição de vídeos e de fotos.

Espera-se que o projeto sirva para ampliar os espaços de construção coletiva do conhecimento dos alunos, utilizando-se de recursos didáticos e tecnológicos que priorizem e proponham a pesquisa, interação e produção de materiais em ambientes virtuais.